terça-feira, 2 de setembro de 2025

Rádio SOUCG

  • ThePlus Audio

Calor pode inviabilizar cultivo de alface em campo aberto no Brasil até o fim do século

Plantar alface ao ar livre no Brasil pode se tornar cada vez mais difícil nas próximas décadas. Isso é o que revelam mapas de risco climático elaborados por pesquisadores da Embrapa Hortaliças (DF), com base em projeções do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e em modelos utilizados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

Os dados indicam que, até o fim do século, praticamente todo o território brasileiro enfrentará risco alto ou muito alto para a produção da folhosa mais consumida pelos brasileiros.

Veja em primeira mão tudo sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no Google News!

A pesquisa considerou dois cenários climáticos: um otimista, com controle parcial das emissões de gases de efeito estufa, e outro pessimista, em que as emissões continuam crescendo até 2100. Em ambos, as perspectivas não são animadoras para o cultivo tradicional da hortaliça. O verão é a estação mais crítica, com temperaturas que podem ultrapassar os 40°C em boa parte do país, patamar bem acima do ideal para o desenvolvimento da alface, que exige clima ameno e umidade equilibrada.

“Compreender como as mudanças climáticas podem afetar a produção de alface, em um país tropical como o Brasil, é essencial para desenhar estratégias de adaptação. Isso permite antecipar impactos e evitar prejuízos”, explica o engenheiro-ambiental Carlos Eduardo Pacheco, pesquisador em Mudanças Climáticas Globais da Embrapa.

Diante disso, as duas principais frentes de atuação da pesquisa têm sido o desenvolvimento de cultivares de alface com maior tolerância ao calor e de sistemas de produção para garantir a sustentabilidade do cultivo diante de condições climáticas adversas.

Entre os exemplos estão os sistemas regenerativos, que restauram a fertilidade do solo e a biodiversidade – como o sistema de plantio direto de hortaliças (SPDH) e o cultivo orgânico com compostagem e uso de bioinsumos; e os sistemas adaptados ao clima, que utilizam tecnologias e estratégias para evitar perdas por estresses climáticos – como o cultivo em ambientes protegidos ou controlados e o zoneamento agroclimático.

www.canalrural.com.br

Enquete

O que falta para o centro de Campo Grande ter mais movimento?

Últimas