Campo Grande foi palco de uma noite de arte e diálogo nessa quinta-feira (21). A Casa de Cultura reuniu artistas de diferentes segmentos na escuta pública da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB). Promovido pela Secretaria Executiva de Cultura (Secult), o encontro se transformou em um espaço de troca de ideias, onde artistas, produtores, gestores e representantes do setor puderam debater o futuro das políticas culturais no município.
A PNAB, criada pelo Governo Federal, garante repasses contínuos de recursos para o fomento cultural em todo o país, priorizando a descentralização e o acesso democrático. Em Campo Grande, o encontro refletiu justamente esse tema: múltiplas linguagens, diferentes territórios e um mesmo desejo de fortalecer a produção cultural local.
O produtor cultural Mano Clay, referência no hip hop da periferia, resumiu em poucas palavras o sentimento de muitos. “É o povo definindo por onde a voz deve seguir. Eu vim representar a periferia, representar o hip hop. A gente precisa ocupar esse espaço e mostrar a diversidade musical da nossa cidade”, disse.
Para a DJ e produtora Lara Helena Vilalba, da cena da música eletrônica, a escuta representou uma chance de visibilidade. “Estar aqui é entender como participar, como inscrever projetos e principalmente, mostrar que nossa cultura existe. É um passo para sermos vistos”, compartilhou.
Isabel Andrade, cantora e compositora, reforçou o caráter democrático do encontro. “Aqui nós somos ouvidos. Podemos votar, propor ideias e garantir nossos direitos. É fundamental que encontros assim continuem acontecendo para todas as áreas da cultura”.
Já a terapeuta ocupacional e educadora musical inclusiva, Etna Marzolla, trouxe uma reflexão sobre corresponsabilidade. “Esse diálogo é fundamental para entender como a política pública acontece e como os recursos são aplicados. É preciso estar presente, se integrar à pauta e construir juntos”.
Durante a noite, propostas foram apresentadas, dúvidas esclarecidas e caminhos coletivos construídos. Para o secretário de Cultura de Campo Grande, Valdir Gomes, a participação ativa dos fazedores de cultura é decisiva. “A cultura só faz sentido quando é construída a muitas mãos. Essa escuta mostra que a cidade tem artistas engajados e comprometidos com o fortalecimento do setor”, complementou.
O encontro também foi marcado por uma notícia importante para a classe cultural. Em comunicado à Secult, o Ministério da Cultura esclareceu que os municípios que ainda não atingiram a execução de 60% dos recursos não serão prejudicados no segundo ciclo da PNAB. Ou seja, Campo Grande permanece habilitada e, com a situação já regularizada, aguarda apenas a próxima aferição para lançar os editais da nova etapa.
Assim, mais do que um espaço de diálogo, a escuta reafirmou a vitalidade da produção artística local e trouxe segurança quanto à continuidade dos investimentos federais. Campo Grande segue fortalecendo uma política cultural participativa, onde diversidade, inclusão e representatividade ocupam o centro da cena.
#ParaTodosVerem
A matéria contém fotos de todos os artistas reunidos e individuais com ilustração dos depoimentos.