A obra lapidar de Chico Buarque de Hollanda é a linha que costura as memórias e histórias da atriz Ana Lúcia Torre em Olhos nos Olhos, solo que chega aos palcos de São Paulo ainda neste ano de 2025 sob a direção de Sérgio Modena. O espetáculo vai celebrar os 80 anos de vida e 60 de carreira de Torre, que vai recitar em cena pelo menos 25 letras compostas pelo autor de A Banda .
Com texto assinado pelo mesmo Modena com quem Torre produziu a última e bem sucedida montagem brasileira de Longa Jornada Noite Adentro, de Eugene O’Neill (1888-1953) – que rendeu a atriz uma indicação ao Prêmio Shell -, Olhos nos Olhos vai enfileirar clássicos como Meu Guri (1981), Eu te Amo (1980), Construção (1971), Apesar de Você (1978), entre outras, além, claro, da canção que dá título à obra.
Esta será a terceira incursão de Ana Lúcia Torre pela obra de Buarque. Em 1989, a atriz compôs o elenco de Suburbano Coração, musical de Naum Alves de Souza (1942-2016) com base nas canções do músico. À época, Torre dividiu a cena com Fernanda Montenegro e Otávio Augusto.
Já em 1995, a atriz entrou em cena em Morte e Vida Severina, uma remontagem da clássica adaptação musical de Buarque para a obra homônima de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), que, em sua montagem original, foi responsável por revelar nomes como Elba Ramalho e Tânia Alves.