Com a chegada do calor e da umidade, Mato Grosso do Sul entra no período mais crítico de acidentes com escorpiões. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) alerta que, de agosto a novembro, as condições ambientais favorecem a reprodução e a atividade desses animais, aumentando o risco de incidentes, especialmente com crianças.
Até julho de 2025, já foram registradas 3.436 notificações no Estado. A tendência, segundo técnicos, é de alta nas próximas semanas. “Durante o frio, os registros caem, mas, com o calor e a umidade, os escorpiões ficam mais ativos”, explica o biólogo Isaías Pinheiro.
O crescimento é consistente nos últimos anos. Em 2020, foram 2.952 casos, número que saltou para 5.303 em 2023. Campo Grande lidera as ocorrências, seguida por Três Lagoas e Dourados.
Embora a maioria dos acidentes seja de baixa gravidade, 60% dos casos graves atingem crianças menores de 10 anos. Duas delas morreram recentemente. “Estamos reforçando a rede hospitalar e a oferta de soro antiescorpiônico em unidades de referência para garantir atendimento rápido e adequado”, afirma Karyston Adriel, coordenador da Vigilância em Saúde Ambiental da SES.
O antídoto está disponível em hospitais de 67 municípios, incluindo o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, além de unidades em Três Lagoas, Corumbá e Dourados.
O Estado mantém monitoramento contínuo por meio da Vigilância em Saúde Ambiental, que também acompanha o comportamento de outros animais peçonhentos, como cobras e abelhas. A população é orientada a adotar medidas simples para reduzir o risco de acidentes, como afastar camas das paredes, tampar ralos, evitar acúmulo de entulho e controlar a presença de baratas, principal alimento dos escorpiões.
“Não é possível erradicar a população de escorpiões, mas podemos reduzir os riscos com educação ambiental e prevenção”, conclui Pinheiro.