Gilberto Gil, de 83 anos, tem lidado com o luto da perda de Preta Gil. A cantora, compositora, empresária, apresentadora e atriz morreu no dia 20 de julho, nos Estados Unidos, em meio ao tratamento contra câncer colorretal.
Neste domingo (10), durante participação no programa “Fantástico”, da Globo, ele contou como tem sido enfrentar a ausência da filha. O músico ainda diferenciou a experiência que teve em 1990, quando perdeu o filho Pedro Gil, aos 20 anos, em um acidente de carro.
“Eu já tinha perdido um filho lá atrás de uma forma muito trágica. Na época eu me pronunciei muito enfaticamente a respeito disso, quase como uma queixa. ‘Poxa vida, os meninos nascem para enterrar a gente, fica esquisito a gente ter que enterrar os filhos’.”, lembrou.
“Com Preta a gente teve tempo para, de uma certa forma, irmos nos acostumando com a ideia. O diagnóstico dela foi um diagnóstico logo de início muito duro, as expectativas em relação à possibilidade dela se curar eram pequenas”, acrescentou.
Gilberto ainda falou sobre a decisão de Preta em buscar um tratamento alternativo no exterior. A cantora havia se mudado do Brasil porque já tinha feito todas as opções disponíveis aqui.
“Esses últimos tempos nos Estados Unidos foram disso, de acompanhá-la, de cercá-la do maior conforto possível. Nós sabemos que o câncer é uma doença que vem ocupando intensamente o mundo científico, no sentido da busca de uma solução, de uma vacina, seja lá o que for”, analisou.
“É uma doença dura, pesada. Ela ir pra lá, tentar continuar a luta pela vida, era uma coisa que nos pertencia também. Era ela e nós todos juntos com ela”, completou.
Cinzas
O pai de Preta Gil também declarou que, após o corpo da filha ser cremado, as cinzas foram distribuídas entre amigos e familiares. Este era um dos pedidos feitos por ela ainda em vida. “Dentre os vários pedidos que ela tinha para isso, um deles era de que o corpo dela fosse cremado, e que as cinzas fossem distribuídas de certa forma entre as pessoas da família e os amigos”, recordou.
“Tem gente que quer usar as cinzas dela para fazer uma espécie de joia. Tem gente que quer ter um tiquinho em casa, jogar um pouquinho no jardim de uma das casas, e no mar, na beira da casa, lá na Bahia”, concluiu.