domingo, 10 de agosto de 2025

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Arlindinho se emociona ao falar sobre a morte do pai Arlindo Cruz

O samba perdeu uma de suas vozes mais emblemáticas na última sexta-feira (8). Arlindo Cruz, aos 66 anos, faleceu após anos enfrentando as consequências de um grave acidente vascular cerebral. Neste sábado (9), seus filhos Flora e Arlindinho falaram pela primeira vez sobre a partida do pai, emocionando os presentes no velório realizado na quadra da Império Serrano, tradicional escola de samba do coração do artista, em Madureira, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Ao chegar ao local, Flora Cruz abriu o coração e refletiu sobre a longa batalha que a família travou desde o episódio que mudou a vida de Arlindo, em março de 2017.

“Foram oito anos e meio de muita luta desde o dia 17 de março de 2017. E hoje a gente está se despedindo do corpo, da matéria, mas a gente acredita na espiritualidade. Ele está sendo recolhido pela espiritualidade(…) Entender que a gente precisa continuar(…)”, disse a filha do sambista, deixando clara a fé que a família mantém mesmo diante da perda.

Arlindinho complementou a fala da irmã, destacando o alívio pela cessação do sofrimento do pai.

“Ele precisava descansar. Ver meu pai sofrendo era muito pior do que qualquer outra coisa. Talvez hoje seja um dos dias mais leves que eu estou tendo, apesar de estar muito desnorteado”, afirmou o cantor.

Arlindo Cruz ficou internado por quase um ano e meio após sofrer um AVC hemorrágico em 2017. Desde então, convivia com as sequelas da doença, o que exigiu força e esperança da família.

Em maio deste ano, durante uma internação, Flora já havia revelado a determinação do pai em continuar lutando: “Ele tem muita vontade de viver. Arlindão tem muito tesão em viver. Então, até quando a gente começa a desacreditar, ele mostra pra gente que é capaz, que ele está ali, que ele quer aquilo, que ele quer viver com a gente. Então, assim, foi mais de um susto. O meu pai é acamado há oito anos, então, vira e mexe, a gente toma um susto. Foi pneumonia, muito tempo deitado, né?”.

O velório seguiu o desejo do próprio Arlindo, realizado em clima de festa e samba, na quadra da Império Serrano. A família adotou a tradição do gurufim, costume que transforma o velório em momento de música, bebida e confraternização, buscando espantar a dor e garantir que a alma faça uma boa viagem. Essa prática, comum no universo do samba, tem raízes em celebrações culturais que exaltam a vida mesmo diante da perda.

Diversas personalidades marcaram presença para prestar suas homenagens, entre elas a atriz Regina Casé, parceira no programa “Esquenta!”, além de Quitéria Chagas, rainha de bateria da Império Serrano.

As homenagens seguirão madrugada adentro, com encerramento previsto para domingo (10), às 10h. O sepultamento acontecerá às 11h no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.

Arlindo Cruz deixa um legado imenso na música brasileira, com composições que marcaram gerações, como “O Show Tem Que Continuar”, lançada em 2009. 

gente.ig.com.br

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