Marília Gabriela e Theodoro Cochrane foram os convidados especiais do Encontro desta quinta-feira (17). A jornalista falou sobre sua decisão de se aposentar e destacou que gosta de ter liberdade e tempo livre para seguir sua vida.
“Fazer nada é não ter horário, não ter a obrigação de estar em algum lugar a tal hora, ou acordar não sei a que horas. Claro, meu corpo já acostumou: eu acordo cedo, faço exercícios, mas o resto do tempo é meu” , contou.
Marília Gabriela ressaltou que aproveita o tempo livre para assistir à TV, ler e viajar aos Estados Unidos para visitar o filho Christiano.
“Eu escolho o que fazer. E isso é uma liberdade. Eu leio, vejo coisas na TV e gosto. Trabalhei a vida inteira, inteira, inteira. E não é que eu não tenha gostado — eu gostei de cada minuto da minha vida até aqui. E agora gosto de fazer nada” , brincou.
Apesar de ser uma grande defensora do tempo livre, Marília está em cartaz semanalmente com o filho Theodoro na peça A Última Entrevista de Marília Gabriela, em São Paulo.
Ideia da peça de teatro
Theodoro contou ao público do Encontro o que motivou a criação da peça de teatro. Teria sido por um motivo bastante triste, o luto da perda do seu pai:
“Eu sou escorpiano, muito prático, duro e rígido. Eu tinha enterrado meu pai e ainda não tinha passado pelo luto. Minha mãe, sabiamente, falou: ‘Acho que você ainda não passou pelo luto, meu filho. Por que você não vai comigo para Portugal me ajudar a montar o apartamento?’” , iniciou.
Ele conta que Marília ainda quis morar em Portugal:
“Ela tinha planos de se mudar para Portugal, mas se traumatizou depois dessa nossa temporada lá e não quer mais voltar. Eu fui para montar o apartamento dela e, depois, a ficha caiu: comecei a refletir sobre a morte do meu pai, convivendo com a minha mãe depois de 25 anos” , continuou.
“Sabe quando você vê o começo, meio e fim de uma trajetória, quando morre alguém muito querido? Você fica com um pensamento muito melancólico. E ela segurou uma bucha, porque, todo dia, eu acordava super deprimido e jogava coisas na cara dela — coisas relacionadas à minha saúde mental, que só fui diagnosticado depois. Eu estava muito deprimido e falava coisas horríveis para ela. E ela, firme e forte, me deu um baita suporte” , frisou.
Por fim, ele conta que conseguiu superar todos os problemas vividos:
“Ela ainda teve a ideia de fazermos uma peça juntos: ‘Se a gente fizer uma peça juntos, vai ser a constatação de que eu não sou nada e que você faz tudo’, ela disse. Aí o tempo passou, eu me diagnostiquei, me tratei, botei minha cabeça no lugar e a gente retomou a ideia da peça” , finalizou.