quinta-feira, 17 de julho de 2025

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Recuperação de pastagens: a chave da pecuária brasileira para liderar a agenda climática

A pecuária brasileira está diante de uma oportunidade histórica: liderar a agenda climática global com base na recuperação de pastagens degradadas. Quer saber como a pecuária brasileira pode se tornar protagonista na agenda climática? Assista à entrevista abaixo e entenda o potencial da recuperação de pastagens.

Essa prática não só melhora a produtividade do solo, como contribui diretamente para a redução das emissões de carbono e o aumento da sustentabilidade no agronegócio.

O alerta vem em um momento estratégico. Com a COP 30 marcada para 2025, em Belém (PA), é hora de o agro nacional mostrar sua força e compromisso ambiental. Quem reforçou essa visão foi Gustavo Spadotti, chefe geral da Embrapa Territorial, em entrevista ao programa Giro do Boi nesta quarta-feira, 16 de julho.

Segundo ele, o Brasil tem dados concretos e tecnologia para provar que é possível produzir mais, com menos impacto ambiental, valorizando o que já foi desmatado e combatendo o avanço em áreas sensíveis.

Pasto degradado. Foto: Divulgação
Pasto degradado. Foto: Divulgação

A Embrapa Territorial mapeou 44 milhões de hectares de pastagens com algum grau de degradação. Esse levantamento, feito com imagens de satélite e dados oficiais, permite identificar onde é possível intervir para reformar, recuperar ou até transformar essas áreas.

As opções são variadas:

  • Reforma de pastos para torná-los mais produtivos e vigorosos;
  • Conversão para agricultura, aproveitando áreas já abertas para gerar mais alimento;
  • Implantação de florestas comerciais ou nativas, com fins ambientais ou produtivos;
  • Recuperação de ecossistemas, trazendo biodiversidade de volta ao campo.

Esse mapeamento serve como base para que políticas públicas e programas de financiamento sejam mais eficientes, atingindo quem realmente precisa e deseja investir em sustentabilidade.

Pastagens bem manejadas capturam carbono e geram produtividade

Bovinos em fase de recria no pasto. Foto: ReproduçãoBovinos em fase de recria no pasto. Foto: Reprodução
Bovinos em fase de recria no pasto. Foto: Reprodução

O solo das pastagens tem papel estratégico na captura de carbono. Quando bem manejadas, essas áreas funcionam como um verdadeiro “sumidouro de carbono”, ajudando o Brasil a alcançar metas ambientais com produtividade.

Por outro lado, quando degradadas, elas emitem carbono para a atmosfera, comprometendo tanto a sustentabilidade quanto a rentabilidade das fazendas. A recuperação dessas áreas, segundo Spadotti, é uma medida urgente e eficaz para:

  • Aumentar os estoques de carbono no solo;
  • Evitar novas emissões;
  • Melhorar o desempenho zootécnico dos animais;
  • Garantir mais segurança alimentar, ao produzir mais sem precisar abrir novas áreas.

Brasil já preserva 66% de seu território e produz em 30%

Foto: Reprodução

O Brasil tem números que muitos países gostariam de exibir: 66% do território está preservado, enquanto a produção agropecuária ocupa apenas 30% da área nacional. Mesmo assim, somos líderes mundiais na exportação de alimentos.

Esses dados fazem parte do chamado “gráfico de atribuição, ocupação e uso das terras”, apontado por Spadotti como o “green card do agro brasileiro” — ou seja, a prova de que é possível produzir e preservar ao mesmo tempo.

Na visão do especialista, é fundamental comunicar essa realidade de forma clara na COP 30 e em fóruns internacionais, mostrando que o Código Florestal brasileiro e o papel dos produtores rurais na preservação fazem do Brasil uma referência única no mundo.

A recuperação de pastagens degradadas é uma das principais ferramentas para consolidar o Brasil como líder climático no agro. Além disso, representa uma estratégia rentável, que melhora a fertilidade do solo, reduz custos com insumos e garante mais segurança para os rebanhos.

Combater o desmatamento ilegal é importante, mas é preciso reconhecer o que já vem sendo feito de forma correta. O produtor rural brasileiro é parte da solução e deve ocupar com orgulho esse protagonismo na construção de um modelo agroambiental exportável.

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