Pecuaristas de todo o Brasil enfrentam um desafio constante no manejo sanitário: o controle eficaz das verminoses. Quer otimizar seu programa de vermifugação e proteger seu rebanho? Assista ao vídeo e veja as dicas do especialista!
E, segundo especialistas, um erro comum nas fazendas pode comprometer a saúde dos animais e causar prejuízos silenciosos: o uso repetido de vermífugos com o mesmo princípio ativo.
No programa Giro do Boi desta quarta-feira, 16 de julho, o médico-veterinário Lucas Borgmann, consultor da Vetoquinol Saúde Animal no Rio Grande do Sul, respondeu à dúvida do pecuarista Fábio Spegiorin, de Mirandópolis (SP).
Ele explicou que a rotação de princípios ativos é essencial para evitar que os parasitas se tornem resistentes aos medicamentos usados no rebanho.
Entenda os grupos de vermífugos e como alternar

De acordo com Borgmann, os vermífugos disponíveis no mercado brasileiro estão divididos em três grandes grupos de anti-helmínticos:
- Imidazotiazóis (como o Levamisol)
- Benzimidazóis (como o Albendazol)
- Lactonas macrocíclicas (como Ivermectina, Doramectina, Moxidectina, Abamectina e Eprinomectina)
Alternar os produtos dentro do mesmo grupo não resolve. Por exemplo, usar Ivermectina e depois Doramectina não impede a resistência, pois ambos pertencem ao grupo das lactonas macrocíclicas. É preciso trocar de grupo para que o organismo do parasita não se adapte ao tratamento.
Recria: fase crítica exige atenção redobrada


A fase de recria é a mais crítica no controle de vermes, pois os animais estão mais susceptíveis a infestações. Por isso, o especialista recomenda pelo menos quatro vermifugações por ano nessa categoria.
Uma das estratégias sugeridas por Borgmann é o modelo “três para um”:
- Três manejos com moléculas do mesmo grupo (por exemplo, lactonas macrocíclicas)
- O quarto manejo com produto de outro grupo (por exemplo, um imidazotiazol)
Essa rotação inteligente diminui a pressão de seleção sobre os parasitas, evitando a perda de eficácia dos medicamentos com o passar do tempo.
Planejamento sanitário faz toda a diferença


Um bom planejamento de vermifugação é peça-chave para manter a saúde e o desempenho do rebanho.
O uso incorreto de vermífugos pode até parecer eficiente no início, mas a longo prazo abre espaço para falhas no controle sanitário e impacto na produtividade.
Manter o rebanho saudável exige mais que aplicar medicamentos. É preciso inteligência no manejo, observação de sintomas, apoio técnico e, acima de tudo, estratégia.
Alternar os princípios ativos de vermífugos é uma prática simples, mas que pode evitar grandes prejuízos lá na frente.
A saúde do rebanho começa no manejo consciente. Evite a resistência, preserve a eficácia dos produtos e colha os resultados no campo.