quarta-feira, 9 de julho de 2025

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Mercedes Sosa: 90 anos de uma voz eterna

Durante as décadas de 60, 70 e 80 do século passado, a América Latina foi palco de inúmeras ditaduras.

Esses regimes políticos foram marcados por injustiças, exploração de seus povos e toda classe de autoritarismos.

Entre as muitas vozes contrárias a essas barbaridades, havia a de Mercedes Sosa, cantora maior que hoje completaria 90 anos.

Considerada “a voz da América”, com suas interpretações sempre combatia as ditaduras e tudo o que elas representavam.

Ela levou sua arte para todos os cantos da Terra, denunciando o que estava acontecendo na América Latina, pedindo solidariedade e conclamando todas e todos para a luta por democracia e liberdade.

Mercedes

Haidde  Mercedes Sosa nasceu em 9 de julho de 1935, em São Miguel de Tucumã, província de Tucumã, que fica a 1.256 quilômetros de Buenos Aires.

Nascer em 9 de julho na Argentina, significa vir ao mundo em uma das datas maiores do país, pois nesse dia se comemora a Declaração da Independência.

Mercedes sempre valorizou essa coincidência, destacando seu patriotismo.

Aos 15 anos estreou em uma rádio da sua cidade, iniciando um longo percurso artístico, que faria dela uma das maiores intérpretes do mundo.

Músicas

A carreira musical de Mercedes Sosa foi muito rica, sendo dona de alguns álbuns antológicos na história da produção musical latino-americana.

Entre eles, Homenaje a Violeta Parra (1971), disco inteiramente dedicado à obra da chilena Violeta Parra, compositora, folclorista e artista plástica, figura fundamental para a cultura do Chile.

Outra obra marcante foi o disco Mercedes Sosa interpreta a Atahualpa Yupanqui (1977), seu conterrâneo, que teve um papel importante na valorização da música folclórica argentina.

Por sua atuação em defesa dos povos, viu-se perseguida pela ditadura argentina, tendo que viver exilada entre 1979 e 1982, primeiro em Paris e depois em Madri.

Na volta do exílio, gravou um dos discos mais icônicos de sua carreira: Mercedes Sosa en Argentina (1982), um álbum duplo, ao vivo, que reproduz um espetáculo realizado no Teatro Ópera de Buenos Aires.

Nessa obra, a cantora fez uma seleção de músicas gravadas por ela até aquele momento: “Gracias a la vida”, “Alfonsina y el mar”, “Los hermanos”, “Años” e “Solo le pido a Dios”, entre outras, que ficaram imortalizadas em sua voz.

Diálogos

Mercedes sempre foi pródiga em dialogar com outros artistas das mais variadas gerações e países, além da sua própria Argentina.

Registros desses momentos não faltam, como a apresentação no estádio do Vélez Sarsfield, na qual se reuniu com Milton Nascimento e León Gieco, que rendeu ao trio o disco Corazón Americano (1985).

Há também no YouTube um vídeo que reproduz sua participação no programa Chico & Caetano , apresentado na Rede Globo em meados dos anos oitenta.

Nele temos um encontro histórico entre Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Gal Costa e a própria Mercedes Sosa, cantando “Volver a los 17”, composição de Violeta Parra.

Mercedes Sosa morreu em 4 de outubro de 2009, aos 74 anos de idade, em Buenos Aires, transformando-se em um dos maiores mitos da música latino-americana.

Sua obra, gravada em discos e vídeos, continua sendo exemplo para os artistas mais novos.

Esta coluna é um espaço destinado à cultura e músicas latinas. Mais informações sobre esses temas você encontra em www.ondalatina.com.br   e no Canal Onda Latina: https://www.youtube.com/@canalondalatina

Dedico esta coluna a João Dantas de Oliveira, meu sogro, que hoje também estaria completando 90 anos.

Assista à participação de Mercedes Sosa em Chico & Caetano :

gente.ig.com.br

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