sexta-feira, 4 de julho de 2025

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Segurança no ar: por que pilotos comem refeições diferentes?

Enquanto passageiros desfrutam do cardápio a bordo, pilotos seguem regras rígidas para evitar um risco pouco conhecido: a intoxicação alimentar em pleno voo. Grandes companhias aéreas adotam protocolos específicos para garantir que os profissionais no comando da aeronave não sejam vítimas do mesmo problema gastrointestinal, o que poderia comprometer a segurança do voo.

De acordo com reportagem do The Telegraph, uma das principais medidas é assegurar que o capitão e o copiloto nunca consumam a mesma refeição. “O capitão é responsável por verificar se os pilotos escolhem pratos diferentes. Se ambos pedirem a mesma opção, os comissários devem alertar, e a decisão final cabe ao comandante” , explicou um porta-voz da Virgin Atlantic.

Variedade e horários estratégicos

Além de evitar pratos idênticos, os pilotos também precisam ficar longe de alimentos potencialmente perigosos, como comidas muito picantes ou mal conservadas. Em casos extremos, se apenas uma refeição segura estiver disponível, a dupla pode compartilhá-la — desde que seja a alternativa mais segura.

Outra medida é a diferença nos horários das refeições. Enquanto um piloto se alimenta, o outro permanece em alerta, evitando que ambos estejam indispostos ou distraídos simultaneamente. Essa precaução minimiza riscos em situações críticas.

O incidente que mudou a aviação

A origem desses protocolos remonta a um caso ocorrido em 1975, quando um voo da Japan Airlines entre Tóquio e Paris teve 197 pessoas intoxicadas por uma omelete contaminada com bactérias. Durante uma escala em Copenhague, 143 passageiros e tripulantes foram hospitalizados. Felizmente, os pilotos não haviam comido o mesmo alimento — optaram por bifes em um horário diferente — e conseguiram pousar em segurança. O episódio, no entanto, teve um desfecho trágico: o cozinheiro responsável pelas refeições tirou a própria vida após o ocorrido.

Cardápios exclusivos e lanches pessoais

Algumas companhias, como a Finnair, oferecem aos pilotos refeições diferenciadas, geralmente as mesmas servidas na classe executiva, mas sempre com pratos distintos. Já a Virgin Atlantic elabora um menu especial para a tripulação, incluindo sanduíches, saladas, opções vegetarianas e petiscos como frutas e castanhas.

Muitas empresas ainda permitem que pilotos levem sua própria comida, uma forma de garantir variedade e reduzir ainda mais os riscos. Afinal, quando se trata de segurança aérea, até o menor detalhe — como uma refeição mal escolhida — pode fazer toda a diferença.

turismo.ig.com.br

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