Os cortes abrangem diferentes regiões, equipes e níveis hierárquicos
A Microsoft anunciou, nesta terça-feira (2), uma nova rodada de demissões que afetará aproximadamente 9.000 funcionários em escala global. Essa é a segunda grande onda de cortes promovida pela empresa neste ano.
Em maio, cerca de 6.000 postos de trabalho já haviam sido eliminados. Com os novos desligamentos, o total de demitidos neste ano chega a cerca de 15.000 empregados.
A medida atinge menos de 4% da força de trabalho da empresa, que contava com cerca de 228.000 funcionários em junho de 2024.
Os cortes abrangem diferentes regiões, equipes e níveis hierárquicos. Estão incluídas na reestruturação divisões como vendas, marketing, Xbox, LinkedIn, Azure e HoloLens.
De acordo com a empresa, a decisão faz parte de um processo de reestruturação organizacional com o objetivo de aumentar a eficiência operacional, reduzir camadas de gestão e redirecionar investimentos para áreas consideradas estratégicas, como inteligência artificial e computação em nuvem.
A Microsoft planeja aplicar cerca de US$ 80 bilhões em 2025, principalmente na expansão de data centers voltados para o Azure, sua plataforma de serviços em nuvem.
Não há informações específicas sobre o número de trabalhadores brasileiros afetados pela nova rodada de demissões.
No entanto, os cortes têm alcance global e que todas as regiões foram impactadas, o que sugere a possibilidade de desligamentos no Brasil, como ocorreu nas demissões de maio.
Além das duas grandes rodadas de cortes neste ano, a Microsoft realizou desligamentos menores em janeiro, maio e setembro.
Em uma dessas ocasiões, cerca de 1.900 funcionários foram demitidos dos estúdios de jogos Tango Gameworks e Arkane Austin, enquanto em setembro foram dispensados 650 funcionários da divisão Xbox, após a aquisição da Activision Blizzard.
Apesar dos cortes, os resultados financeiros da empresa permanecem positivos. No trimestre anterior ao anúncio, a Microsoft registrou lucro líquido de US$ 25,8 bilhões.
A decisão de enxugar o quadro de pessoal, segundo a empresa, não está relacionada a dificuldades financeiras, mas a uma estratégia para manter margens de lucro e concentrar recursos em setores considerados prioritários.
No contexto do setor, outras grandes empresas de tecnologia também realizaram cortes significativos desde 2022.
Meta, Amazon e Google estão entre as companhias que, juntas, somam cerca de 280.000 demissões no período, com 64.000 somente em 2025, de acordo com dados do site Layoffs.fyi.
A reorganização coincide com uma ampliação dos investimentos da Microsoft em inteligência artificial. Segundo o CEO Satya Nadella, aproximadamente 30% dos códigos desenvolvidos pela empresa já são gerados por sistemas baseados em IA.
Em paralelo ao anúncio, foi confirmado que o executivo Judson Althoff, principal responsável pela área de vendas da companhia, iniciará um período sabático de dois meses a partir de julho. A empresa afirmou que a licença já estava prevista anteriormente e não está relacionada às demissões em curso.