25.06.2025 · 4:35 · Sem categoria
Em alusão ao Dia Internacional de Combate às Drogas (26), o vereador Maicon Nogueira, que também é vice-presidente da Comissão Permanente de Políticas Antidrogas da Câmara Municipal promoveu nesta terça-feira (24), no Instituto Mirim, uma roda de conversa com jovens do Instituto Gerando Líderes.
A jovem Luara Matos acredita que ter conhecimento ajuda a não buscar a fuga nas drogas. “Porque se o jovem não sabe, ele vai continuar praticando, e muitas vezes incentivando outros colegas. Teve um caso de um amigo meu que começou a usar e vendia escondido para o pessoal da escola, inclusive ofereceu para mim. Ele começou a ter impacto na saúde e até mudança na aparência física. Ele parou por um tempo, mas infelizmente voltou. Falta também interesse dos jovens em participar de ações como essa”, lamenta. Luara acredita que o poder público precisa instigar à vontade nos jovens de quererem participar de projetos para mostrar o quanto isso é importante e como influenciar positivamente.
PERDA DA DIGNIDADE
“O jovem não está preparado para entender que a vida é feita de muitas oportunidades e acaba se sujeitando a pertencer a um grupo onde para ser aceito aí vem a química e oferece uma falsa sensação de prazer, porque é passageira. Ele tem ali uma sensação rápida, momentânea, que preenche um vazio que outros grupos não deram, explicou o vereador Maicon Nogueira. O parlamentar ainda frisou que esse é o maior desafio, fazer com que a juventude entenda que o prazer da droga não compensa, e as consequências podem levar a perda da própria dignidade.
Rafael Rodrigues explicou que momentos como esse de conscientização ele se lembra que teve apenas três ou quatros vezes na escola. “É um assunto que precisa ser mais debatido, pois atualmente temos uma geração de cabeça fraca. Tudo que se vê pela internet quer repetir e até os vícios dos jogos e apostas virtuais, além de pornografias. O jovem quer fazer parte de algum grupo e depois não consegue mais sair, como no caso do meu tio por exemplo, e que acabou, infelizmente, falecendo.
Júlio Cesar Henrique, acadêmico de psicologia e pós-graduando em Neurociência contribuiu na roda conversa, esclarecendo as principais dúvidas dos jovens, com relação às consequências físicas e psicológicas. “Só com 26 anos que o córtex pré-frontal está formado, aí acontecem as decisões mais racionais, antes disso é muito impulso, é muita curiosidade. Existe uma geração que foi condicionada a fumar, que era bonito e quem não fazia isso era careta, mesmo não gostando, pois era necessário aquilo para se enturmar. A maioria das pessoas preferem estar errada com a multidão do que certas sozinhas, olha o senso de pertencimento. Até a pouco tempo ficar fora de uma tribo significava morrer”, explicou
Ele ainda explicou que o crack e a pasta base, por exemplo, não é nem a droga em si, trata-se do refugo. “Se a droga é ruim, imagina o refugo. É o que caiu no chão e foi varrido. Tanto é que para os traficantes, para os ‘criadores’ das drogas pesadas mesmo, se o funcionário começa usar mesmo ele não serve nem para isso. E infelizmente a maioria esmagadora não consegue sair dessa vida”, finalizou
Jornalista: Elaine Rodrigues