O turismo de observação de baleias tem impulsionado a economia de Ilhabela e São Sebastião durante o inverno. A temporada das jubartes, que migram da Antártida ao Brasil entre abril e outubro, atrai milhares de visitantes para o Litoral Norte de São Paulo. Segundo o Centro de Inteligência da Economia do Turismo ( CIET), a atividade deve gerar R$ 138 milhões neste período.
O número de baleias aumentou significativamente nos últimos anos. De acordo com o Projeto Baleia à Vista, 561 indivíduos foram avistados em 2024, contra apenas 20 em 2016. A presença constante dos animais transformou o inverno em alta temporada para o turismo na região.
Passeios de avistamento superam atividades de verão
Segundo o levantamento do Centro de Inteligência da Economia do Turismo (CIET), órgão vinculado à Secretaria de Turismo do Estado, a expectativa é de que 120 mil turistas visitem a região anualmente para observar baleias.
A ocupação hoteleira em Ilhabela chegou a 80% em julho, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis. O comércio também registrou aumento nas vendas, com reflexo direto no número de empregos temporários, segundo a Associação Comercial de Ilhabela.
Passeios náuticos específicos para avistar baleias superaram o faturamento de atividades tradicionais de verão. Em 2024, 12 mil pessoas participaram das saídas, número 63% maior que no ano anterior.
“ São saídas mais longas, para um público que investe e valoriza este tipo de experiência ”, disse Gustavo Benedito, coordenador de grupos de observação, à Agência SP .
As embarcações percorrem áreas onde é possível observar não só jubartes, mas também baleias-franca, baleias-de-bryde, golfinhos, tartarugas e aves marinhas. A temporada coincide com festas populares, como o Festival da Tainha e a Semana Internacional de Vela, em Ilhabela, e o Festival do Camarão e o Arraiá do Tio Maneco, em São Sebastião.
A atividade também contribui para a pesquisa científica. As caudas das jubartes, que funcionam como impressões digitais, são fotografadas e cadastradas na plataforma internacional Happywhale , ajudando no rastreamento das espécies.
Em Ilhabela e São Sebastião, o turismo de observação segue normas rígidas. Guias passam por capacitação e oficinas, enquanto campanhas de conscientização são promovidas pelas prefeituras. O objetivo é garantir a proteção dos animais e manter a sustentabilidade da prática.