O mercado brasileiro de boi gordo registrou queda de preços em algumas praças de comercialização do Brasil.
Segundo o analista de Safras & Mercado Allan Maia, as indústrias frigoríficas ainda contam com uma posição confortável em suas escalas de abate, que hoje atendem entre sete e nove dias úteis na média nacional.
Ele ressalta que a disponibilidade de fêmeas bovinas no mercado segue elevada, apontando para um alto descarte de matrizes. “Como ponto de sustentação precisa ser mencionado o forte ritmo de embarques, mantendo a demanda por animais jovens aquecida.”
Preços médios da arroba do boi na semana
Os preços da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do Brasil estavam assim no dia 15 de maio em comparação à última sexta (9):
- São Paulo (Capital): R$ 310, inalterado frente à semana passada
- Goiás (Goiânia): R$ 295, sem alterações
- Minas Gerais (Uberaba): R$ 295, queda de 1,67% em comparação aos R$ 300 do fechamento da semana anterior
- Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 300, estável
- Mato Grosso (Cuiabá): R$ 305, baixa de 3,17% em relação aos R$ 315 praticados na semana passada
- Rondônia (Vilhena): R$ 270, estável
O que esperar até o fim do mês?
O coordenador da equipe de inteligência de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, ressalta que para aliviar a taxa de lotação, alguns produtores aceleraram as vendas, inclusive de machos, o que deve seguir “contagiando” o mercado na segunda quinzena.
“Por conta disso, seria um mercado que trabalharia mais pressionado. Porém, hoje, com as notícias de influenza aviária na granja do Rio Grande do Sul e a suspensão de exportações de carnes de aves por 60 dias para grandes mercados, como a China, esse volume que não será embarcado deve ser redirecionada ao mercado interno e, com isso, a competitividade com a carne bovina tende a ficar mais pressionada. Assim, pensando em mercado interno, os compradores de boiadas tentarão fazer um preço médio da arroba mais atrativo para garantir as suas margens.”
Fabbri ressalta que o mercado já vinha com tendência baixista, o que deve se reforçar nas próximas semanas por conta da necessidade de competitividade com a carne de frango e a já esperada descapitalização da população na segunda quinzena do mês. “Esses fatores farão com que a oferta chegue mais facilitada à indústria frigorífica, trazendo um cenário de baixa de preços.”
Mercado atacadista do boi gordo
Maia informa que o mercado atacadista registrou preços acomodados na semana. O ambiente de negócios ainda sugere um menor espaço para reajustes no curto prazo, considerando um perfil de consumo mais comedido durante a segunda quinzena do mês.
“A população ainda prioriza o consumo de proteínas de menor valor agregado, a exemplo da carne de frango, ovos e embutidos”, ressalta.
O quarto do traseiro do boi foi cotado a R$ 24,00 o quilo, estável frente à semana passada. Já o dianteiro foi vendido por R$ 19,50 o quilo, inalterado frente à semana anterior.
Exportações de carne bovina
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 342,765 milhões em maio (6 dias úteis), com média diária de US$ 57,127 milhões, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A quantidade total exportada pelo país chegou a 67,165 mil toneladas, com média diária de 11,194 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.103,30.
Em relação a maio de 2024, houve alta de 25,7% no valor médio diário da exportação, ganho de 10,9% na quantidade média diária exportada e avanço de 13,3% no preço médio.
*Com informações de Safras News