quarta-feira, 14 de maio de 2025

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O Clássico Que Mudou Uma Vida

Salve, salve simpatia!

Quarta-feira é dia de esporte! Quem poderia imaginar que um clássico entre Corinthians e Palmeiras, mudaria totalmente a vida de um torcedor.

O Palmeirense Wellington Platini Silva da Anunciação, tem 40 anos, é pai do pequeno Bryant de 6, e carrega no corpo uma marca que hoje ele entende que representa trasformação, a amputação parcial da perna direita após um grave acidente de moto, aos 19 anos. 

Nascido e criado na Padroeira 1, bairro da periferia de Osasco,  família humilde e trabalhadora. Antes do acidente, ajudava o pai no transporte coletivo, dirigindo lotações pelas ruas da cidade. A vida seguia, até que tudo mudou de forma brutal.

O acidente foi grave, ele perdeu muito sangue e foi levado de helicóptero ao Hospital das Clínicas. Foram 40 dias internado, enfrentando febre, medo e incertezas. Depois da alta, veio o acolhimento da família e dos amigos, junto com ele, o peso da dúvida:
“O que vai ser da minha vida agora?”

A resposta não viria de médicos, fisioterapeutas ou livros, veio das arquibancadas, no grito da torcida, no lugar mais improvável.

Quatro meses após o acidente, Wellington foi assistir a um clássico entre Corinthians e Palmeiras, já estava sem parte da perna, ainda em adaptação à nova realidade. No meio da multidão, um homem se aproximou, olhou para ele, notou sua estatura e lançou a pergunta que mudaria tudo:
“Você já jogou vôlei?”

Wellington estranhou, desconfiou… Estava em recuperação, sem perna, sem rumo, por que alguém perguntaria aquilo?

O homem então explicou que era do esporte paralímpico e falou sobre uma nova modalidade que estava chegando ao Brasil, o vôlei sentado, que começava a se estruturar ali, em 2003.

 O que mais impactou Wellington não foi só o convite,foi o que ele viu, aquele homem tinha uma prótese, uma das primeiras que já tinha visto de perto. Ali, no meio da torcida, pela primeira vez, a esperança se materializou.

Naquele momento, tudo se tornou possível, o esporte que parecia algo distante, virou caminho.

Wellington aceitou o convite e iniciou sua jornada no Projeto Próximo Passo (PPP), idealizado por Maria Gabrielli, hoje senadora. No PPP, encontrou acolhimento, propósito e um novo começo.

Treinou com seriedade, garra e foco. Seis meses depois, já vestia a camisa da Seleção Brasileira e disputava sua primeira competição internacional, de onde voltou com a medalha de bronze, e nunca mais parou.

Foram cinco Mundiais, cinco Jogos Paralímpicos — Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016, Tóquio 2020 e Paris 2024 — e inúmeras vitórias dentro e fora de quadra. Atualmente, é atleta do Sesi-SP e da Seleção Brasileira, com passagem marcada neste domingo( 18/05) para Denver, nos EUA, onde disputará mais um torneio internacional.

Mas sua mente já mira Los Angeles 2028, quer medalhar, quer deixar um legado, e  mostrar à nova geração que é possível.

Hoje Wellington sabe que renasceu por alguns motivos: 

“Para inspirar, abrir caminhos, transformar vidas, com a mesma intensidade com que o esporte transformou a dele.”

E pensar que tudo começou naquele jogo entre Corinthians e Palmeiras…
Ali, entre os gritos da arquibancada, surgiu uma voz que mudaria o rumo de uma vida.

“Do chão da dor ao pódio da superação, Wellington provou que quando tudo parece ter acabado, é aí que a verdadeira história começa.”

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