Belo Horizonte é conhecida como Capital dos Bares, e Minas Gerais também costuma ser chamada de Bélgica Brasileira, em referência ao apreço dos belgas por cerveja. Mas a cidade, a sexta maior do país, com 2,3 milhões de habitantes, é pioneira na produção de cervejas artesanais.
Bares por habitante
No último levantamento da Receita Federal, a capital mineira aparecia 4.136 bares, em 2023.
O número representa 178 bares a cada 100 mil habitantes. O maior índice do país. Florianópolis, segunda colocada, tem 150 bares a cada 100 mil moradores. SP (14ª), tem 78 na mesma proporção.
BH tem 12,5 bares por km², de novo primeiro lugar comparando com outras cidades brasileiras.
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E foi um desses bares que recebeu o papa Leão XIV, em 2024. Na época, o agora pontífice ainda atendia por cardeal Robert Prevost.
Em um dos registros, o religioso faz jus ao apelido da capital mineira de ser uma cidade cervejeira e aparece com um copo da bebda em uma foto.
Em tempo: a Igreja Católica não proíbe o consumo de bebida alcoólica por parte dos líderes religiosos, apenas recomenda moderação e bom senso.
A história da cerveja de Belo Horizonte e Minas Gerais
De volta ao tema central, o consumo da bebida alcoólica na região está longe de ser uma novidade.
A produção de café, outra fama histórica de Minas Gerais, logo passou a dividir a atenção com a cerveja, ainda no século XVIII.
A Cervejaria Barbante, de 1861, foi a primeira do estado. Fundada pelo alemão Sebastian Kunz, a produção utilizada o milho como matéria prima. A fábrica fechou no início dos anos 1900, mas foi reaberta em 2008 por descendentes do fundador.
Com o passar dos anos, o gosto pela cerveja só cresceu — não só em MG como em todo o Brasil. No entanto, o apreço no estado era destaque, e cervejarias artesanais começaram a ganhar cada vez mais evidência.
Até hoje, a cultura local é direcionada a esses produtos. Por outro lado, há a concorrência de grandes marcas. É o caso das já consolidadas, como Brahma e Antarctica, brasileiras da Ambev, e da holandesa Heineken, que produzem em larga escala.
Ao iG Turismo, a jornalista Fabiana Arreguy, sommelier em cerveja, explica: “As cervejas mainstream estão sempre na espreita do que o publico de BH quer. É uma concorrência forte e quase desleal, principalmente quando o assunto é preço“.
O tour cervejeiro em BH
Para os interessados em conhecer cervejas artesanais em BH, a notícia não poderia ser melhor: não falta opções. Pensando nisso, a especialista separou um roteiro especial.
Arreguy recomenda iniciar pela choperia Portaria, da cervejaria Capa Preta, que fica na Praça Raul Soares. Depois, vale aproveitar a curta distância para percorrer as cervejarias do 2º e 3º andar do Mercado Novo.
Ela destaca Odeon, Mureta, Viela e Ouropretana: “Só neste pequeno percurso é possível provar dezenas de cervejas mineiras”. Já para quem gosta de algo fora do comum, a recomendação é a cerveja de fumo de rolo feita pela Grimor: “Jamais vi ou verei igual”, garante.
“Mas se quiser provar uma cerveja com pegada mineira muito legal, recomendo a IPA com Goiabada da Düüm, cervejaria que fica dentro do Mercado Central, um dos nossos principais pontos turísticos”, finaliza Fabiana.