quinta-feira, 1 de maio de 2025

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China realiza "estilingue gravitacional" para resgatar satélites

Kevin Stadnyk/Unsplash

China realiza resgate espacial inédito após falha em lançamento de satélites

Por 123 dias, engenheiros do Centro de Tecnologia e Engenharia para Utilização Espacial (CSU) executaram uma operação inédita: aproveitaram a gravidade da Terra, da Lua e do Sol como um ” estilingue gravitacional ” para reposicionar  satélites presos a uma órbita errada.

Em março de 2024, os dois satélites chineses, DRO-A e DRO-B, ficaram presos em uma órbita incorreta após uma falha no lançamento do foguete. 

A missão, inicialmente vista como um fracasso, tornou-se um marco na exploração espacial.

O problema surpreendeu até a equipe. “Foi minha primeira missão assistida, e não esperava uma falha”, contou Zhang Hao, engenheiro do CSU, à CGTN Digital.

Os satélites giravam descontrolados e estavam mais próximos da Terra do que o planejado.

Dois grupos se formaram: um estabilizou as naves com propulsores; outro, liderado por Zhang, calculou rotas alternativas. “Se fossem destruídos, seria um golpe emocional e financeiro”, admitiu.

A matemática que salvou a missão

Com os satélites parcialmente danificados e sem energia suficiente para manobras convencionais, a solução foi substituir combustível por tempo.

“Usamos a gravidade como aliada para economizar energia”, explicou Mao Xinyuan, pesquisador do CSU, à CGTN Digital.

A primeira manobra durou 20 minutos críticos. “Fiquei olhando a tela até ver o ‘normal'”, lembrou Zhang. As etapas seguintes, comparadas por ele a “criar um filho”, demandaram meses de ajustes.

China realiza resgate espacial inédito após falha em lançamento de satélites
Nasa

China realiza resgate espacial inédito após falha em lançamento de satélites

Faróis no espaço

Os satélites resgatados integram uma constelação que atua como “faróis de navegação” entre a Terra e a Lua, cobrindo 100 milhões de quilômetros“Localizamos naves em 3 horas, não em dias”, destacou Mao.

A tecnologia permite pilotagem autônoma: basta definir um destino, e a nave calcula o trajeto sozinha.

Segundo Wang Wenbin, também do CSU, a órbita retrógrada distante(DRO) onde operam é um “porto espacial natural” – estável e estratégico para futuras missões lunares.

tecnologia.ig.com.br

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