A aviação brasileira tem uma trajetória rica e complexa, marcada por empresas que deixaram sua marca nos céus do país, mas que, por diversos motivos, encerraram suas operações. Vamos abordar agora essas companhias que encerraram suas operações aqui no país.
Viajar de avião sempre foi sinônimo de status, liberdade e evolução no Brasil. Desde os anos dourados da aviação até os tempos atuais, voar representava progresso — tanto para o país quanto para os passageiros.
A cada década, os aeroportos ficaram mais movimentados, novas rotas surgiram e companhias investiram em conforto, tecnologia e serviços diferenciados. O brasileiro, apaixonado por explorar novos destinos, sempre respondeu com entusiasmo.
Mesmo com os altos e baixos econômicos, voar se consolidou como parte do nosso estilo de vida. Hoje, mais do que nunca, estar nas alturas é mais acessível — e relembrar quem fez parte dessa jornada é também entender como o mercado chegou até aqui.
Varig: O orgulho nacional que seixou saudades
Fundada em 1927, a Varig foi a principal companhia aérea do Brasil por décadas, sendo reconhecida internacionalmente pela excelência no atendimento. No entanto, a partir dos anos 1990, enfrentou dificuldades financeiras devido à concorrência acirrada e à entrada de novas empresas no mercado. Em 2005, entrou em recuperação judicial e, dois anos depois, foi vendida para a GOL. A falência foi decretada em 2010.
Vasp: De Estatal a Privada, uma Jornada Turbulenta
Criada em 1933, a Vasp foi estatizada em 1935 e privatizada nos anos 1990. Expandiu suas operações internacionalmente, mas enfrentou problemas financeiros graves, incluindo atrasos em pagamentos e manutenção de aeronaves. Em 2005, teve sua autorização de operação cassada e, em 2008, a falência foi decretada.
Transbrasil: Inovação e crise
Originalmente fundada como Sadia Transportes Aéreos em 1955, tornou-se Transbrasil em 1973. Foi pioneira em voos internacionais, mas enfrentou crises financeiras nos anos 1990. Após a morte do fundador Omar Fontana em 2000, a situação se agravou, levando à falência em 2001.
Avianca Brasil: Crescimento rápido e queda
A Avianca Brasil, que chegou a ter 11% do mercado doméstico, entrou em crise em 2018, deixando de pagar contratos de arrendamento de aeronaves. Acumulou mais de R$ 2,7 bilhões em dívidas e teve sua falência decretada em julho de 2020.
Webjet: A Low-cost que não durou
Fundada em 2004, a Webjet enfrentou crises desde o início. Foi comprada pela CVC em 2007 e, posteriormente, pela Gol em 2011. Em 2012, teve suas atividades encerradas.
BRA: Do Fretamento aos Voos Regulares
A BRA, fundada em 1999, atuou inicialmente no mercado de voos fretados e, em 2005, passou a operar voos regulares. Em 2007, suspendeu todas as operações e entrou em processo de recuperação judicial.
Cruzeiro do Sul: Uma História Centenária
Fundada em 1927 como Syndicato Condor, tornou-se Cruzeiro do Sul após a Segunda Guerra Mundial. Foi uma das principais companhias aéreas brasileiras até ser vendida para a Varig em 1975.
Panair do Brasil: Encerramento polêmico
Criada em 1929, a Panair foi uma das maiores companhias aéreas do Brasil até 1965, quando teve suas operações suspensas por decreto do governo militar, em uma decisão controversa.
Real Aerovias: Crescimento rápido e venda
Fundada em 1945, a Real Aerovias cresceu rapidamente, tornando-se a maior companhia aérea brasileira em número de aeronaves. Em 1961, foi comprada pela Varig.
VoePass: O caso mais recente
Em abril de 2025, a Voepass, uma companhia aérea regional brasileira, entrou com pedido de recuperação judicial, citando dificuldades financeiras agravadas por sua relação com a LATAM Airlines. A empresa acumulou uma dívida de aproximadamente R$ 209,2 milhões e teve suas operações suspensas pela ANAC em março de 2025 devido a preocupações com segurança.